sábado, 21 de fevereiro de 2009

II - Chegada a Bayeux

A paisagem francesa é bela. O Sena tem imensos braços que se estendem para norte de Paris, criando canais e lagos ao redor dos quais crescem vilas. As casas são maioritariamente vivendas, pintadas de castanho claro, mas com lancis de pedra escura ou de tijolo escuro e com telhados também mais escuros. O efeito é pituresco e agradável. Acho a arquitectura urbana na Europa central muito mais bonita do que na Peninsula Ibérica. Essa impressão não é baseada apenas na França, mas também no Luxemburgo.

O comboio continua a galgar quilometros em direcção ao norte. Julgo que já não estamos na Ile-de-France. Vamos serpenteando por entre planícies verdes e zonas florestais. É bem mais bonito que os canaviais que frequentemente vemos na paisagem portuguesa. Passamos numa vila muito conhecida por ter uma catedral imponente no cimo de uma colina, a vila de Lisieux. Consigo avistar a catedral do comboio e é, de facto, majestosa. Com o mesmo impacto visual, só me recordo da Catedral de Salamanca.


Depois passamos por Caen, a capital da Baixa Normandia. E, já em pleno coração da Normandia, mudamos um pouco a rota para Oeste e chegamos a Bayeux. Bayeux é uma pequena vila, muito simpática, que encanta logo ao primeiro contacto. Da estação até ao centro da vila caminho uns 10 minutos. E como não podia deixar de ser, Bayeux tem uma catedral que me é apresentada assim:


Por não ser católico sinto-me à vontade para questionar os balúrdios que a Igreja Católica gastou para construir tantos monumentos sob a forma de igrejas pela Europa latina e pela América latina. É algo que, de um ponto de vista puritano, roça a imoralidade. Num dos meus livros preferidos, às tantas o autor conta uma pequena história acerca da construção de uma igreja católica numa pequena vila da América Latina (talvez no México, mas agora não me recordo com certeza absoluta). O autor conta que os habitantes da aldeia eram pobres, mas doavam tudo o que podiam para as obras da igreja, de modo a dar esplendor à obra, como uma forma de adoração a Deus. Isto pode ser visto de dois ângulos: como uma exploração ou como uma forma de devoção. É certo que a Bíblia diz que aquilo que agrada a Deus é um coração contrito e não qualquer forma de sacrifício (físico ou financeiro). Mas nestes assuntos o melhor é não sermos fundamentalistas e o que é certo é que as catedrais foram construídas e muitas são monumentos do mais belo que há. A Catedral de Bayeux não é tão imponente como a de Lisieux. Mas não deixa de ser grandiosa e é um bom modelo para fotografias.


Mas nem só da catedral vive Bayeux. É uma vila com uma zona muito antiga, medieval e rústica, conhecida como a velha Bayeux. Teve a sorte de não ter sido nada atingida pela segunda guerra mundial, o que para as vilas e cidades daquela região foi uma raridade. Por exemplo, após intensos os bombardeamentos dos aliados com o objectivo de obrigar os alemães a recuar, a cidade de Caen ficou reduzida a um monte de ruínas.


Após recolher algumas primeiras impressões de Bayeux, senti o estomago a pedir-me comida e fui procurar o McDonalds. Mais tarde percebi que foi um erro ter optado pelo McDonalds. Queria ter aproveitado a viagem para experimentar algum prato típico da região, mas, por razões que depois explicarei, a escolha do McDonalds para o meu primeiro almoço acabou por impossibilitar tal experiência.

Sem comentários:

Enviar um comentário